quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O que é a Liderança?



Publico um artigo de José Amaral Neto, www.uniblog.com.br/joseamaralneto - (34) 9197.2150


No jardim de infância, a primeira experiência "extra-lar" de uma criança, todas se identificam com o professor de educação física e a professora de todas as novas idéias ali ensinadas. As crianças seguem cegamente o que a tia e o tio ensinam.




Até tempos não tão distantes alguns alunos tinham na mente viva a imagem do zeloso instrutor e da carinhosa educadora.

Hoje os alunos mal sabem quem são seus professores no dia-a-dia e os mestres não estão muito preocupados com isso. Antes de buscar alternativas à melhoria de ensino é preciso saber de quem esta ensinando e, daqueles que almejam ensinar, se querem mesmo oficiar a arte de educar.

Educar é liderar. Seja na empresa, em casa, na escola, ou em um hospital. A liderança nasce de uma boa educação "doméstica", quando alguém estipula metas, dogmas ou fornece informações pré-definidas, dando inicio ao arranjo de educar para servir numa sociedade que exige dos seus um mínimo de zelo pelo conhecimento.
Cada professora, e professor, devem entender que é preciso querer liderar. O grupo de alunos na sua ânsia de estar fora da escola quer ouvir algo mais que o faça estar na sala de aula, e isso só pode vir de um líder que ame o que faz e tenha espírito empreendedor.


A professora Ana Lúcia, nos anos de 1980, na Escola Municipal Boa Vista, em Uberaba, estado de Minas Gerais, percebendo que seus alunos tinham potencial, mas não davam muita bola para suas aulas de história, incentivou a classe a transformar os períodos históricos em peças de teatro que foram encenadas com estardalhaço. Com foco na orientação curricular e um pé na diversão, ela conseguiu fazer com que seus alunos, se lembrem dela até hoje.


Ela liderou uma turma de adolescentes que teria tudo pra interromper seu ciclo educacional e os guiou para novas perspectivas. Tudo posto acima tem haver com os acontecimentos que assombram o Brasil nos últimos 14 meses. De escândalos em escândalos, acidentes nas estradas e aéreos, o país tenta encontrar uma liderança que consiga apresentar iniciativas que possam colaborar na busca por uma luz no fim do túnel que separa a impunidade dos pobres mortais assalariados.



O alerta à barbárie começa e termina no legislativo que não legisla. No judiciário que protela em favor dos grandes escritórios de advocacia. A obrigação mister do legislador é a de fiscalizar o executivo. A necessidade da existência do Judiciário deveria ser a de proteger o ser humano das injustiças, mas (...). Se houvessem lideranças ímpares atuando na esfera municipal, estadual e na câmara e senado federal, por certo os desmandos não ficaram sem punição.

Ninguém se lembra em quem votou ou porque votou. Ninguém sabe como falar com seu congressista; ou seu vereador e muito menos com o distante deputado estadual. A assembléia legislativa de Minas Gerais é um assombro de 77 herdeiros. Quer seja de padrinhos ou feudo de pai para filho, quando não de irmão para irmão.



Boa parte das câmaras do interior de Minas Gerais é formada por pessoas que estão vereadores pra fazer um pé-de-meia, nas palavras de alguns deles. Pensar em zelar pela cidadania; representar o povo; fiscalizar o executivo? . . . O que é isso? É de comer? Deputados e outros laureados da política nacional ficaram de luto pelo que aconteceu nesse último e fatídico acidente aéreo, mas não se viu viva alma interpelar de forma enérgica a empresa em questão, e muito menos cobrar a prontidão do congresso nacional junto aos órgãos federais para uma explicação urgente.

Onde estão os planejadores de projetos futuros para eventos como este? Que turma é essa que não consegue pensar nas vitimas. Ou melhor, como é que não conseguem pensar nos eleitores que ficaram vivos.


A maioria desses legisladores esta no poder a pelo menos 20 anos, e isso se aplica nos municípios, estado e federação. Por que não eleger, depois do concurso público, juizes e promotores, bem como os delegados regionais de polícia? Esta na hora de o povo mudar essa história e começar a se aproximar do seu vereador, do seu deputado estadual e do seu senador, e também do seu deputado federal, para que eles realmente exerçam a sua função de legisladores. Jogo de futebol é lindo. E os desmandos do executivo continuam. Pois não existe fiscalização. Os legisladores estão sempre ocupados em oferecer ao povo pão e circo.
Tanto numa empresa, como em qualquer instituição pública ou privada, liderar é estar à frente com caminhos cheios de soluções tangíveis e ações eficazes na conquista de melhor qualidade de vida, dignidade, e cidadania.


O voto é algo caro ao eleitor, pois se assina um cheque em branco para alguém que se vende como sabonete. Ou talvez o pai tenha lhe deixado o legado. Política não pode ser isso. Política é agregar valor moral, ético e de responsabilidade social em favor do bairro onde você mora, da sua cidade, do seu estado e do seu país.


Queira saber e cobre dos legisladores que você ajudou a eleger responsabilidade na fiscalização dos atos do executivo com respostas claras e objetivas. Buracos nas estradas? Rodovias de qualidade e com asfalto de verdade? Pode acreditar, se o seu deputado federal e o seu senador realmente quiserem fazem valer a "pseudo-liderança" que possuem para resolver a questão, por certo com seus discursos, debates e a presença deles nas mais diversas comissões que eles criam vão dar em alguma coisa.


Não basta anunciar, é preciso ter começo, meio e fim. Já faz quase 20 anos que verbas são liberadas para a duplicação da BR050 e nada acontece de maneira real – é tudo virtual. Com muito out door e press release e pouco trabalho.


Os portos brasileiros estão sucateados há décadas e os nobres representantes do povo se calam quando ganham um cargo para si ou seus apadrinhados. A empresa que cuida dos "céus do Brasil", nunca promoveu mudanças em seu regimento interno que colocasse de verdade os serviços prestados aos seus clientes – o povo – em primeiro lugar. Cabe perguntar – quem ganha com essa bagunça?



A liderança é inerente às pessoas que amam o que fazem e são solitárias em suas batalhas – solitárias não em seguidores – mas em "implementadores" de suas soluções. O panorama precisa ser mudado e é preciso começar a acreditar que somente com uma mudança severa e inteligente de comando nas casas legislativas é que o povo assim representado de verdade poderá vislumbrar um país mais igualitário.


Votar é algo sério e importante. Pois legitima a democracia, a pluralidade de idéias e a consolidação do exercício de ser cidadão. Quem esta no poder precisa querer liderar, e isso se aprende no jardim de infância – Você se lembra do nome da sua professora do "pré"? Pois é, como é que você pode querer cobrar algo de alguém que você elegeu e nem sabe seu nome ou o telefone do seu gabinete?

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